CERTEZAS E DÚVIDAS NO ESTÁGIO

CERTEZAS E DÚVIDAS NO ESTÁGIO

Ao iniciar o ano letivo, com uma turma de 3ºano, me deparei com uma situação desafiadora, aprendentes que unanimemente  afirmaram preferir matemática a português. Fato esse que me causou surpresa. Inicio-se a investigação para tal demanda. 

Constatado a falta de interesse em ler, devido ao déficit de prontidão na leitura, por não terem tido a estimulação necessária para o desenvolvimento adequado. Como afirma o autor:

A criança que houve histórias desde cedo, que tem contato direto com livros e que seja estimulada, terá um desenvolvimento favorável ao seu vocabulário, bem como a prontidão para a leitura.( Bamberguerd ,2000).

[...]a criança que lê com maior desenvoltura se interessa pela leitura e aprende mais facilmente, neste sentido, a criança interessada em aprender se transforma num leitor capaz. ( Bamberguerd ,2000).

Essas etapas foram mal trabalhadas causando esse bloqueio no processo ensino aprendizagem quanto a aquisição de leitura.

Minha certeza era  de que algo precisava ser feito para reverter esse panorama. 

E minha dúvida era como fazer para oportunizar e resgatar a leitura e oralidade.

Criar condições para o desenvolvimento de hábitos de leitura, oportunizar momentos de entretenimento que fossem prazerosos, sem o fardo pesado da obrigatoriedade de ler , buscar a ludicidade e o encantamento para tornar permanente o hábito de leitura e sanar a problemática da heterogeneidade de níveis de leitura em que a turma se encontrava.

As tecnologias dominaram o mundo moderno com todas as informações, músicas, jogos, filmes, redes sociais e o  livro parece ter sido esquecido. 

Com o advento da internet, há quem considere o livro algo ultrapassado, mas cabe a nós professores desfazer esse mal entendido e mostrar a importância da literatura na vida das crianças e de suas famílias.

Uma história bem contada, traz aprendizagem com significados para a vida das crianças, mexe com o imaginário, com a criatividade, oralidade, criação de hipóteses, leitura de mundo entre tantas outras possibilidades que ela carrega. A literatura infantil é um amplo campo de estudos que exige adequar os livros às crianças, para proporcionar momentos de grande magia, alegria e prazer que servirão de  estímulos para a leitura.

Diz Bruno Bettelheim que o conto de fadas tem um efeito terapêutico na medida em que a criança encontra uma solução para as suas dúvidas através da contemplação do que a história parece implicar acerca dos seus conflitos pessoais nesse momento da vida.

Então como sugere o autor Bruno Bettelheim, através da literatura infantil, com os contos de fadas, iniciei minhas provocações para instigar a vontade de ler, de participar ativamente das aulas, de despertar para o vasto leque de possibilidades de leitura de mundo, de serem agentes de sua transformação. De trabalhar com o lúdico, com o imaginário, com o crescimento individual de cada criança.

REFERÊNCIAS:

BAMBERGUERD, Richard. Como incentivar o hábito da leitura. 7ª ed. São Paulo: Ática, 2000.

BETTELHEIM, Bruno. A psicanálise dos contos de fadas. Rio de Janeiro: paz, e terra, 1996.