REFLEXÕES DE SI VIII
MODELOS PEDAGÓGICOS E MODELOS EPISTEMOLÓGICOS
Pressupostos epistemológicos das pedagogias:
A) PEDAGOGIA
DIRETIVA
Está pratica configura-se por ser uma pedagogia
tradicional, onde alunos são considerados tabulas rasa em todos os sentidos,
não apenas no campo do intelecto. Ela se dá de forma empírica, pois o professor
acredita que o aluno só aprenderá se ele ensinar, transferindo o conhecimento.
Neste prisma da pedagogia a aprendizagem ocorre de forma polis dicotômicos,
pois o professor nunca aprenderá com o aluno; o aluno jamais ensinará algo.
S
<= O / A <= P
S =
sujeito; A= aluno; Elemento
conhecedor, Centro do conhecimento
O = objeto; P = professor Tudo que não é sujeito, Meio físico/social
Nessa abordagem fica explicito a reprodução e repetição.
B) PEDAGOGIA
NÃO DIRETIVA
Nesta visão o professor
exerce o papel de facilitador para os alunos, crendo que ele deva aprender por si mesmo, para
tanto o professor interfere o mínimo possível. Cabe ao professor oportunizar o
conhecimento, denominado apriorismo (vem antes como condição do que vem
depois).Mas ele não faz as intervenções no processo de aprendizagem do aluno.
S
=> O / A => P
Nesta relação o aluno (A), pelas suas condições prévias,
determina a ação - ou inanição - do professor (P).
C) PEDAGOGIA
RELACIONAL
“Aprender é proceder a uma síntese indefinidamente
renovada entre a continuidade e a novidade” (Inhelder et alii, 1977, p.263)
Nesta forma
pedagógica observa-se de tudo o que o aluno já construiu em sua vida e que
servirá de base para dar continuidade na
construção de novos conhecimentos, professor e aluno aprendem o tempo todo.
Aqui abordamos a teoria construtivista.
S
ó O / A <> P
Referências Bibliográficas
BECKER, Fernando. Epistemologia subjacente ao
trabalho docente. Porto Alegre: FACED/UFRGS, 1992. 387p. (Apoio INEP/CNPQ). (No
prelo: VOZES). (Relatório de pesquisa).
CELMA, Jules. Diário de um (edu)castrador.
São Paulo, Summus, 1979. 142 p.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 6. ed.
Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1979. 218p.
PIAGET, Jean et alii. Recherches sur l’abstraction réfléchissante. Paris, P.U.F., 1977.
2v, p. 153-78.
POPPER, Carl. e ECCLES, John C. O eu e seu
cérebro. Campinas: Papirus. Brasília: Editora da UNB, 1991.
SNYDERS, Georges. Para onde vão as pedagogias
não-diretivas? Lisboa: Moraes Ed., 1974. 365 p.
Fernando Becker é professor da Faculdade de
Educação e atual coordenador do Programa de Pós-Graduação em Educação da UFRGS.
ESCOLAS
DEMOCRÁTICAS: UTOPIA OU REALIDADE
Escolas democráticas tem como teoria a Pedagogia
Libertáia, que é caracterizada em uma perspectiva baseada na liberdade e
igualdade, que contemple os princípios democráticos e participativos, prática essa onde os alunos
são livres para escolherem o que desejam aprender, onde eles são os atores
centrais no processo educacional, sendo autônomos nas escolhas das atividades
que acham que devam fazer. Essa pedagogia podemos chamar de construtivista, onde o professor está ali para tirar dúvidas e
esclarecimentos. Neste formato de escola os alunos interagem entre si, pois são
estimulados a buscar o conhecimento a partir do seu interesse, levando em conta
seus conhecimentos pré adquiridos, e desta forma interagem com os demais. Sendo
assim o aluno segue seu próprio ritmo de aprendizagem, tornando-o um ser
consciente de seus direitos e deveres, exercitando a cidadania, as reflexões,
as investigações criticas, a analise, a interpretação ea reorganização do
conhecimento. Nesse formato de escola alunos com deficiência mental(dependendo
o grau) não recebem atenção especial, recebem o mesmo tratamento.
Um ótimo exemplo a ser seguido é a Escola da
Ponte em Portugal, fundada por José Pacheco
Luckesi (2006) afirmava que “A avaliação e
inclusiva porque o estudante vai ser ajudado a dar um passo a frente. Essa
concepção politico pedagógica é para todos os alunos, e por outro lado é um ato
dialógico, que implica necessariamente uma negociação entre o professor e o
estudante”.
Em uma Escola Democrática o professor não é
autoritário e não transfere conhecimento, ele é um mediador nas questões
interpessoais e facilitador do descobrimento. Essa escola é democrática em
todos os aspectos, pois tudo é decidido em consonância. Professor e aluno
tornam-se parceiros, contribuindo assim para que os estudantes compreendam o
porque e para que estudar. A gestão democrática também se faz presente dentro
desse contexto escolar.
Referências Bibliográficas
FREIRE, Paulo. Pedagogia
do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979.
LUCKESI, Cipriano Carlos. A
avaliação da aprendizagem escolar. São Paulo: Cortez,
2002
LUCKESI, Cipriano Carlos. Filosofia
da Educação – São Paulo: Ed. Cortez, 1994.
Projeto Político-Pedagógico
da EMEF Amorim Lima. Disponível em:
http://www.amorimlima.org.br/tiki-index.php
Projeto Pedagógico da
Escola da Ponte. Disponível em:
http://www.escoladaponte.com.pt/documen/projecto.pdf
ROSA, S.S. Construtivismo
e mudança. 8 ed. São Paulo, Cortez editora: 2002
O CONSTRUTIVISMO
E SUA FUNÇÃO EDUCACIONAL
O construtivismo valoriza as ações, enquanto
operações do sujeito que conhece. Ocorrendo por tematização :
Na tematização há a
demonstração, a reconstituição e transformação de algo já sabido.
No construtivismo o conhecimento é concebido
como um tornar-se antes de um ser, sendo ação espontânea do sujeito, ou apenas
nele desencadeada, tem sentido na perspectiva construtivista. Essência do “
método clinico “ de Piaget ( 1926): saber ouvir ou desencadear na criança só
aquilo que ela possui como conduta, como teoria de sua ação, como esquema
assimilativo. Aqui acredita-se que a criança já sabe escrever desde o primeiro
dia de aula, e que seu saber será complementado.
No paradigma reproduzimos
algo, repetindo um resultado esperado ou exigido, com situações 'concretas' (mesmo não vividas por
nós) ricas de 'conteúdos’ formatados.
Já o método não construtivista reproduzimos algo, repetindo um resultado esperado ou
exigido, com situações 'concretas'
(mesmo não vividas por nós) ricas de 'conteúdos’ formatados, são os paradigmas.
Mas tematização e paradigma são como duas faces de uma mesma moeda, pois são trabalhos complementares.
O construtivismo e o não
construtivismo são duas formas opostas de conhecimento, mas são complementares,
basta integra-las em prol do aprendizado de cada criança.
O professor construtivista deve se
ater aos conteúdos sim, mas sem o propósito de transmitir, mas para poder
debater e discutir com seus alunos, instigando-os com questionamentos
inteligentes, para que estes possam formular hipóteses e posteriormente venham
a sintetizar o aprendizado. Uma aula construtivista possuí manipulação, experimentos,
movimento e fluidez para Quanto a eterna
controversa e irresolvida questão da avaliação, nesta metodologia de ensino
cabe ainda muitos debates para chegar a uma forma adequada a cada realidade.

Referências Bibliográficas
DELVAL, Juan. Crecer y
pensar. Guanajuato: Paidós Mexicana, 1991.
MACEDO, Lino de. Para uma
visão construtivista do erro no contexto escolar. In: Coletânea de textos
de Psicologia HEM/CEFAM,
Vol. 1 Psicologia da Educação. São Paulo: Secretaria de Estado da
Educação - Coordenadoria
de Estudos e Normas Pedagógicas, 1990, p. 345-362.
______ Jogos de palavras e
cognição. Revista Trino, (2):43-47, 1991.
______Método Clínico e
avaliação escolar. Fundação para o Desenvolvimento da Educação (FDE),
Secretaria da Educação do
Estado de São Paulo, 1992 (a ser publicado)
PIAGET, Jean. La représentation du monde chez
l’enfant. Paris: Presses Universitaires de France,1926.
A MÁQUINA ESCOLAR
O texto nos leva a pensar que a escola é algo que
nem sempre existiu, como instituição universal e eterna, mas que ela foi uma construção
histórica. A escola surge como maquinaria de governo, não aparecendo do nada, a
análise de instâncias que favoreceram e legitimaram a escola nacional. Foram
esses cinco definições: a
definição de um estatuto da infância; a emergência de um espaço específico
destinado à educação das crianças; o aparecimento de um corpo de especialistas
da infância dotados de tecnologias específicas e de "elaborados"
códigos teóricos; a destruição de outros modos de educação e a
institucionalização propriamente dita da escola.
Com a elaboração do estatuto da infância, os
autores apresentam as diferentes infâncias que retratam desde a infância angelical,
mini adulto, abastados e de classes populares, tornando a infância uma
instituição social ligada a práticas familiares, pois a infância aparece vinculada
à família, e seus princípios. o resultado de um programa de intervenção direta
do governo.
Quanto à emergência de um espaço específico
destinado à educação das crianças, os autores, afirmam que as novas
instituições fechadas, destinadas ao recolhimento e a instrução dos jovens, o
resultado de um programa de intervenção direta do governo, servindo como
maquinaria de transformação da juventude. O objetivo é desempenhar funções de
acordo com a nova sociedade industrializada, e que o professor, siga as
características institucionais da escola obrigatória.
Concluindo o texto que é muito complexo, instigante e informativo, onde aborda a educação como uma luta política e de dominação,
onde classes ricas impõe uma certa
dominação à trabalhadores, que são dominados, por assim dizer, desde a infância em uma maquinaria escolar,
que transformaria as crianças em futuros trabalhadores, com a desculpa
mascarada de direito a educação para todos.
Referências Bibliográficas
VARELA, Julia., ALVAREZ-URIA,
Fernando. A Maquinaria escolar. Teoria & Educação. São
Paulo, n. 6, p.68-96, 1992.
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