Sistema Estadual de Avaliação
“ A criança não pode se sentir integrada a uma escola que lhe proporciona uma situação constante de prova, de teste, onde a tensão se mantém e onde ela e sua família são prejulgadas e responsabilizadas pelo fracasso”, alerta Jussara Hoffmann, mestre em avaliação educacional pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), no livro Avaliação e Educação Infantil-Um Olhar Sensível e Reflexivo sobre a Criança (152págs.).
A partir desta afirmação, penso em nossa prática diária, concordo em partes com essa alegação. Pois como nós educadoras poderemos trabalhar sem essas cobranças externas às crianças, se somos cobradas a fazê-lo e também somos avaliadas pelas esferas governamentais, seja pelo: SEAP, A.N.A., PROVA BRASIL, SAERS. Todos essas ferramentas de avaliação quer queira ou não são instrumentos que fazem esse papel de cobrança por estados, municípios, CRES ,escolas e por alunos.
Então é quase que inevitável não proporcionar situações de cobranças , pois elas já partem da esfera federal em cascata sobre estados, municípios, SEDUC, SMEC, escolas ,diretores, professores e alunos. Tudo isso é levado em consideração no IDEP das escolas, e sendo através dele é que vem ou não as verbas governamentais.
É ilusão achar que tudo funciona as mil maravilhas, no papel e nos vídeos é muito fácil idealizar modelos de educação, avaliação e gestão, mas como o fazer quando a realidade de cobranças é uma constante.
Claro que nosso olhar de professora prima pelo aprendizado sem fracassos, que seja prazeroso e com pouca pressão de cobranças, o fizemos na medida do possível, sem ser maçante para nós e aos alunos. Todas essas avaliações externas têm sua importância para sabermos com esta o andar da carruagem , por assim dizer, no quesito aprendizagem e onde precisamos melhorar, fazer um retrato real da situação de cada instituição sem achar culpados pelo eventual fracasso, é fácil para quem olha de fora encontrar um culpado (o professor), falar que é só dele a responsabilidade, eximindo a parcela de” culpa” dos outros segmentos :alunos, pais, condições de vulnerabilidade e exclusão social, doenças ou síndromes não tratadas, educação especial para a maioria dos casos que temos dentro de nossas salas de aula e que não possuem laudos, falta de professores que sejam habilitados a trabalhar com essas crianças especiais...são n fatores que contribuem para em muitos casos os índices não serem adequados nestas avaliações.
Mas poder auto avaliar é sempre positivo, pois podemos repensar nossa práxis, pesquisando e pensando novas formas para pôr em prática, tornando-se mais reflexivo em prol de uma educação de qualidade .
(...)”Pesquisar é ver o que os outros viram, e pensar o que nenhum outro pensou.”
Albert Szent Gyorgyi
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