Diferenças e Preconceitos na Escola
DIFERENÇAS E PRECONCEITOS
Para poder dar inicio
as reflexões sobre essas questões, primeiramente se faz necessário entender as
definições sobre os três conceitos que orientam as principais diferenças entre eles, só após essa reflexão ,poderemos dar seguimento aos
questionamentos que são pertinentes na prática pedagógica.
Os conceitos
abordados são:
Deficiência, Incapacidade
e Desvantagem
DEFICIÊNCIA (impairment) refere-se a uma perda ou anormalidade de estrutura ou função: Deficiências são relativas a toda alteração do corpo ou da aparência
física, de um órgão ou de uma função, qualquer que seja a sua causa; em
princípio deficiências significam perturbações no novel de órgãos (grifos da autora)
(AMARAL, 1998, p. 24).
INCAPACIDADE (disability) refere-se à restrição de atividades em decorrência de uma deficiência: Incapacidades refletem as consequências das deficiências em termos de desempenho e atividade funcional do indivíduo; as incapacidades representam perturbações ao nível da própria pessoa (grifos da autora) (AMARAL, 1998, p. 25).
DESVANTAGEM (handicap) refere-se à condição social de prejuízo resultante de deficiência e/ou incapacidade: Desvantagens dizem respeito aos prejuízos que o indivíduo experimenta devido à sua deficiência e incapacidade; as desvantagens refletem pois a adaptação do indivíduo e a interação dele com seu meio (grifos da autora) (AMARAL, 1998, p. 25, grifos da autora).
Já no
dicionário traz assim:
Deficiência: falta, falha,
carência; imperfeição, defeito; insuficiência.
Deficiente: falto, falho, carente; incompleto, imperfeito.
Deficiente: falto, falho, carente; incompleto, imperfeito.
Desvantagem: falta de
vantagem, inferioridade, inconveniente, prejuízo, dano.
Incapacidade: falta de capacidade; inaptidão.
Incapacitado: diz-se de, ou indivíduo que, por incapacidade física ou psíquica, não tem a faculdade de realizar determinadas tarefas.
Incapacidade: falta de capacidade; inaptidão.
Incapacitado: diz-se de, ou indivíduo que, por incapacidade física ou psíquica, não tem a faculdade de realizar determinadas tarefas.
Fonte: (Mini Dicionário Básico da Língua Portuguesa –Aurélio – pag. 223, 250 e 409.)
Partindo do pressuposto de
que, todos somos iguais, como preconiza o Artigo 5 da Constituição Federal de
88.
“Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito
à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
seguintes”.
Só que na
prática pedagógica esse direito assegurado pela constituição se faz de forma precária,
pois as escolas em sua grande maioria estão despreparadas estruturalmente para
atender com qualidade e proficiência os alunos com algum tipo de deficiência ou
incapacidade, ficando assim, estes em desvantagem no que diz respeito as condições
essenciais de mecanismos para socializar, integrar e amenizar o” sofrimento”(por
assim dizer) de inclusão em um âmbito que
favorece uma inclusão excludente. Além da falta de estrutura adequada há
também a falta de recursos humanos aptos
a trabalhar com esse contingente emergente de sujeitos com algum tipo de deficiência
ou incapacidade.
Para nós
professores regulares sem preparo para
exercer essa tarefa de inclusão nas salas de aula de ensino regular, fica bem difícil,
somos impotentes perante essa realidade, a qual lutamos contra . Tentamos
através de tentativas, erros e acertos adequar técnicas, metodologia e recursos
para inserir de forma que não haja incômodos
para todas as partes envolvidas neste processo escolar. Onde nenhuma parte
tenha prejuízo. Em relação a inserção no convívio e integração social , as
crianças são desprovidas de preconceitos, muito pelo contrário, elas tendem a
cuidar, zelar e interagir com os colegas que apresentam algum tipo de deficiência
ou incapacidade.
Chego a
conclusão de que mesmo com todas as dicotomias encontradas na esfera escolar,
professores, gestores e corpo discente fazem um bom trabalho de integração
inclusiva, mesmo sem os ambientes propícios para uma efetiva pratica pedagógica
mais abrangente e efetiva.
Os mitos e
preconceitos são adquiridos posteriormente, nas séries finais do ensino
fundamental, quando começam as crises
existenciais, mas não é via de regra também, pois onde trabalho observo que as
crianças que possuem algum tipo de limitação quando entraram na escola lá no 1º
ano do ensino fundamental e hoje se encontram no 9º ano, seguiram com a mesma
turma, criaram vínculos de amizade e proteção, sem criar nenhum tipo de
barreira, preconceito ou bullyng.
O que
ainda nos falta são condições financeiras e de estrutura nas escolas e a
qualificação de professores para que essas questões sejam abolidas do contexto
escolar, modificando o cenário, fazendo que a escola seja um território de
igualdade e equidade entre todos, sem distinções de nenhuma ordem ou natureza.
Referências:
AMARAL, Lígia
Assumpção. Sobre crocodilos e avestruzes: falando de diferenças físicas,
preconceitos e sua superação. In: AQUINO, Julio Goppa. Diferenças e preconceitos na escola: alternativas
teóricas e práticas. São
Paulo: Summus, 1998. p.11-30
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