Relatos de aprendizagem
Considerando as
aprendizagens e vivências no decorrer do semestre ,posso afirmar que adquiri
muitas ,dentro e fora do mundo acadêmico.
Através das leituras dos
textos apresentados (dos diferentes autores trabalhados) e das discussões em aula
e nos fóruns de aprendizagem ,pude fazer algumas reflexões e comparativos que
promoveram a construção de novos saberes e novas abordagens de trabalho.
Construí entendimento e
apropriação das narrativas relatadas sobre condições pós-moderna e seus
sujeitos escolares pós-modernos ,sobre mídia ,consumo e escola ,a diferenciação
entre “pós-modernidade” e “pós-modernismo” ,”modernidade líquida”,”[...]captar
a natureza da presente fase ,nova de muitas maneiras ,na história da
modernidade”.(BAUMAN,2001,p.9)Conceitos de infância soft, criança-projeto ,criança-capaz
,infância como fenômeno social ,diferença étnico-racial, culturas na infância.
Também pude fazer uma
analogia sobre as metáforas de “fluidez” e “liquidez” que o autor argumenta
acerca das mudanças ocorridas ao longo dos anos e suas ambivalências de
condições culturais contemporâneas .Onde me faz pensar na constante prontidão a que estamos
suscetíveis.
Nessa concepção de mundo
contemporâneo que implica em uma
sociedade consumista ,incentivada pela mídia capitalista ,nos gera uma enorme
problemática no âmbito da educação escolar , visto que a mesma não sofre
modificações relevantes em alguns quesito .Mas em contraponto traz consigo
outros valores que permeiam, numa grande velocidade, a transformação do cidadão
no nosso cotidiano educacional.
Suas variantes carregam
consigo as novas necessidades ,assim como as novas capacidades que precisam
abranger as salas de aulas ,docentes e discentes .Caso isso não ocorra
implicará no sucateamento da educação.
Crianças e jovens têm
necessidades incessantes e interesses às novidades ,sejam elas de que natureza
pertençam ,seja na área do conhecimento e aprendizagem ou em qualquer outro
segmento recreativo social ,comportamental ,tendência.
Na modernidade tudo se
transforma relativamente rápido de mais ,o que hoje é novo ,amanhã já não serve
mais ,torna-se descartável ,assim como nossa práxis educacional que vem
perdendo terreno para as mídias tecnológicas ,tornando-se assim desmotivadora e
obsoleta
Faço uma equivalência com a
prática docente atual ,onde a infância é arraigada a uma ditadura(por assim
dizer) das tecnologias com seus aplicativos e recursos de última geração ,que
possuem tudo ao alcance das mãos em apenas um toque .Esta nova condição social
consolida crianças e jovens ( e porque
não dizer também adultos) a estarem presos nesta nova condição.
Estas mesmas crianças ao
adentrarem nas escolas(públicas) defrontam-se com uma realidade que difere das
vivenciadas até então ,pois em inúmeras vezes o ambiente escolar dissona de
seus ambientes de origem .Observando que
muitas destas escolas(públicas)não possuem recursos tecnológicos que permitam
incentivar a apropriação do conhecimento e consequentemente do aprendizado
,sendo este um ambiente monótono e desmotivador para crianças que hoje são
muito mais hiperativas.
Sem estes recursos que
evidenciam os desejos e a urgência na busca incessante e ininterrupta da
aquisição de novas possibilidades que crianças e jovens possuem e são
instigados pela cultura consumista a todo momento.
Assim ficamos com a
frustração e insatisfação de não conseguir ofertar as ferramentas necessárias
para provocar os sujeitos escolares pós-modernos ,no contexto educacional
,visto que o mesmo não acompanha na
mesma velocidade vertiginosa as inúmeras alternativas que estão em voga na indústria cultural e que
propicia a “prontidão para o consumo”.
Este mesmo consumo nos faz
refém desta ditadura que também se faz presente através da erotização infantil
e que comprovamos existir fidedignamente nas instituições de ensino e em nossa
sociedade como um todo.
A ideia da representação
erotizada da figura infantil esta atrelada a projeção da condição social e de
identidade .Os veículos de comunicação em massa são os responsáveis pelo
contingente de demandas no contexto de sedução em que crianças são expostas e
manipuladas como objetos de contemplação e ambição generalizada ,há uma forma
de “pedofilização” consentida.
Fazendo um link com nosso
cotidiano escolar ,percebo que realmente esta entranhado essa influência que a
sociedade de consumo impõe .Desde as
gurias dos anos iniciais com roupas sensuais ,maquiagem ,unhas pintadas
de cores fortes ,dançam músicas de funk com apelo e conotação erótica.Não
brincam mais das brincadeiras saudáveis de criança ,já estão com pensamento em
guris,beijinhos...E o pior de tudo ,os pais acham engraçadinho e promovem cada
vez mais tais situações.
Esse processo crescente de
representação erotizada da infância ,promovido pela cultura visual fidedigna
dos adultos ,corrompe a infância ,queima etapas ,pois sublima-a a novos patamares que remetem à sexualidade
exacerbada e em relações de gêneros.
Em contrapartida na 1ª infância
ocorre um processo de idealização da pureza e delicadeza que é inerente e
compatível com a faixa etária .Nesta etapa há a preocupação de um olhar
carregado de significados de proteção que inspiram o cuidado e o zelo ao
universo infantil sem possuir uma
projeção com outra conotação ,eis que surge a “criança-soft”.
Sobre as diferenças
étnico-racial e as tendências contemporâneas ,essa abordagem já vêm sendo
discutida a bastante tempo nas escolas .Pois estão em conformidade com a Lei
Nº10639 03.Mas foi produtivo aprender sobre as tendências na literatura
infantil contemporânea brasileira .A abordagem das diferenças étnicas de como
lidar com o preconceito ,outras tramas com personagens negros ,uma diferença a
mais(diversidade e diferença).
As tratativas sobre infância
abrangem nosso universo acadêmico assim como o profissional ,ambos convergem
para um melhor entendimento do ser criança ,nos auxiliando no desempenho de
nossas atribuições .Todos os textos priorizam as diferentes mudanças sociais
que a infância sofreu e vêm sofrendo.
É imprenscindível conhecer o
universo complexo e peculiar das
crianças e suas implicações na sociedade em que estão inseridas ,para poder
adotar metodologias mais aplicadas para uma melhor convivência e eficácia capaz
de garantir direitos e deveres na heterogeinidade da sua infância no contexto
de inserção para a cidadania.
Quando questionada se ainda
há lugar para a infância ,houve num primeiro momento uma indagação: de como
assim ,se ainda há lugar para a infância ?
Interrogando sobre esta
questão construí a hipótese de que sempre haverá infância ,como sempre houve.
A infância sempre existirá ,só
que de acordo com cada época , ela se transforma ,adquiri novas conotações para
adequar-se aos padrões de sociedade e contemporaneidade predominantes.
Atualmente estamos
vivenciando uma era em que tudo está globalizado ,conectado ,um mundo
imediatista ,onde as crianças quase desconhecem o brincar , a ludicidade que
retratou Pieter Bruegel em sua pintura a óleo.
O professor se vê em uma
encruzilhada no seu ritual quotidiano ,pois percebe a necessidade de transpor
obstáculos ,organizar seu tempo em sala com as aprendizagens e com o
compromisso de resgatar a ludicidade como parâmetro fundamental para a cultura
infantil .Já que as brincadeira e brinquedos convencionais de outrora caíram em
desuso .Cabe anos fazermos essa reiteração das brincadeiras no nosso cotidiano
,visando assim a sociabilidade e aprendizagem.
Estas leituras trouxeram
bastante correria ,nos sobrecarregaram de afazeres concomitantemente com os da
nossa profissão ,mas apesar de tudo isso foi muito proveitoso ,embora algumas
vezes os textos fossem muito complexos.
Fazendo um apanhado geral ,
finalmente chego a conclusão de que tenho aprendido a cada dia ,e que
modifiquei meu olhar sobre a infância e sua implicações.
Olá Andréia!
ResponderExcluirQue ótimo, esse é o intuito: relacionar as teorias aprendidas nas interdisciplinas com a vivência docente.
Abr@ço!