O panorama educacional da EJA

A leitura do texto de Regina Hara traz uma abordagem sobre a alfabetização de adultos a partir de um Programa de Educação e Escolarização Popular que observou e analisou os fatores que envolvem este processo e como ocorre em grupos de escolarização. Tanto texto como vídeo reforçam a necessidade do professor ser o mediador, fazendo o linck de aproximação no processo de aprendizagem com o da realidade do aluno, bem como o  acolhimento e a  valorização de  sua trajetória de vida, estimulando e desenvolvendo o senso crítico e estabelecendo uma conexão com o mundo, proporcionando a reflexão e posicionamento autônomo, permitindo deste modo o real pertencimento através de uma consciência crítica e reflexiva. Todavia o professor deve estar atento ao cumprimento de sua práxis pois o público que terá que dar conta encontra-se em situações que foram adversas, cada um traz consigo uma bagagem única e singular. Pois estas pessoas que hoje procuram a Educação de  Jovens de Adultos são as que não concluíram o ensino básico na idade regular, em sua grande maioria esse público é formado por idosos que viveram em uma época em que o acesso ao ensino básico era restrito, é composto por  analfabetos e por pessoas com baixa escolaridade,  por pessoas que abandonaram a escola devido a  fatores  extra escolares, como a pobreza e o ingresso precoce no mercado de trabalho, e também devido a uma trajetória  escolar  marcada pelo fracasso, com reprovações sucessivas, que frustram os alunos,  levando-os ao abandono escolar. Outro agravante que contribui diz respeito a trajetória de mulheres que tiveram que deixar os estudos por conta de gravidez na adolescência

Um dos fundamentos da educação de adultos baseia-se na linha da democratização de oportunidades, como garantir o direito de escolarização com qualidade para todos.

A EJA é parte de um processo fundamental para a construção de uma sociedade inclusiva e democrática, onde a alfabetização é uma etapa de suma importância na continuidade à escolarização, fundados  em saberes, valores e práticas sociais. Na EJA, há uma perspectiva social das linguagens, que articulam as perspectivas da alfabetização e do letramento tendo por sentido o sujeito jovem e adulto.

O panorama educacional nos mostra que devemos promover aprendizagens e atender às demandas sociais em relação à formação desses sujeitos que foram excluídos neste processo de aprendizagem e sentem a necessidade de saber ler e escrever para se situar no mundo, buscando resgatar sua auto-estima e os direitos que lhe foram tolhidos, bem como melhorar de vida e compartilhar com outros estes novos saberes

Portanto, cabe mais uma vez ao professor ser o mediador  neste processo desafiador de distribuição de oportunidades, onde estão imbricados a aproximação do processo de aprendizagem à realidade do aluno, acolhendo-o e valorizando-o, bem como sua trajetória de vida, fazendo com que ele se sinta seguro, criando laços afetivos,estimulando e desenvolvendo o senso crítico e estabelecendo uma conexão com o mundo, proporcionando a reflexão, que o mesmo acredite que tem capacidade para aprender, desenvolvendo uma consciência crítica e reflexiva, e o sentimento de pertencimento no mundo.  A EJA  passa a ser um elo de relação e ligação com o mundo, que passa a ser desvelado com olhares da curiosidade, olhares este que buscam agregar valor as novas descobertas.e aprendizagens.

De acordo com Hara (1992 ,p.7):

O homem, sujeito de sua aprendizagem, constrói seus conhecimentos nos diferentes momentos da vida e nas diferentes situações que vivencia, a escrita é um desses conhecimentos. Inscrita na leitura do mundo, a leitura da palavra é um de seus aspectos; a proposição para a construção da leitura da palavra segue o mesmo conceito da leitura do mundo, enquanto conduta de aproximação do objeto.